sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

De novo é Natal

Se o Natal fosse apenas...


Se o Natal fosse apenas alegria, seria uma pequena alegria, cheia de privações, onde os personagens são sem teto e excluídos.

Se era festa, então, melhor e com mais qualidade seria uma homenagem a Baco, deus do vinho ou Vesta Deusa da família ou tantos outros deuses e deusas cuja celebrações são lembradas como esplêndidas por seus historiadores, onde se houvessem tristezas seriam esquecidas com músicas, danças e bebidas e onde os costumes e moral vigente não cerceariam os desejos e anseios de liberdade.


Se o Natal fosse apenas esperança, seria uma esperança vazia, porque nenhum motivo existia para acreditar que poderia ser melhor.

Não seria necessário nem bom nascer um rebelde, bem ao contrário, a cultura judia mais que nenhuma outra soube e sabe cultivar a esperança, o pior de tudo é que a pouca esperança que poderia vir de ser um libertador era completamente errada, esta falsa esperança foi determinante para que a ira de um discípulo traidor levasse sua entrega à paixão.


Se o natal fosse apenas confraternização, nada seria de especial, pois na caverna do Natal não houve fraternos.

José e Maria e um parto acontecendo, nem sabemos se havia luz, talvez tochas, talvez um luar incomum, mas apenas Maria e José.
Costumamos participar de confraternizações e para não faltar a tais eventos evitamos nossos irmãos.


Se o Natal fosse apenas doação, seria a doação de sobras, restos finais de acolhidas.

Quando a doação é apenas para garantir aparências, sempre será pela metade e o mesmo agasalho que aquece a pele, gela o coração. Embora a caridade seja o amor mais próximo do amor de Deus, ela não deve ser envenenada pela necessidade de recebermos glória por nossos atos.


O Natal foi apenas o nascimento do filho de Maria, e dizemos apenas, não porque seja pouco mas sim por ser suficiente.

A criança cuja concepção não foi planejada por seu pai e mãe, mas foi preparada no céu. Um Deus que nasceu indefeso e sob os cuidados de uma mulher, destinado a trabalhar, ser apresentado ao mundo e confrontar as filosofias e crenças do seu tempo, um Deus que não apareceu de forma fantástica ou fantasmagórica, um Deus tão impossível hoje em dia quanto em seu tempo.

Que cada um se alegre, alimente esperanças, confraternize e doe e receba, que beba e coma e que dance e se divirta e que isto não se limite a um dia ou a um mês, mas seja caso comum na sua vida e que esta vida feliz estenda-se sobre todos os seres humanos, de todos os povos e todas as crenças, talvez com outros nomes, tipo "boas festas", "feliz ano novo" ou qualquer coisa mais específica para tantas fés, mas isto tudo não é Natal.

Acima de tudo, o Natal é a visita para a mãe que deu à luz o Filho de Deus, é nos deixar guiar pela luz divina, é deixar aos pés do Menino o melhor de nosso coração, quer seja ouro, quer seja incenso, quer seja mirra, também deixar aos pés do Menino todos os nossos fracassos e dores, pois nenhum outro deus soube viver e compartilhar dos sentimentos humanos.

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